terça-feira, 3 de novembro de 2015

A importância de ler para o bebê desde a barriga


Quando realizada em um ambiente tranquilo, a leitura induz o desenvolvimento de partes importante do cérebro do bebê (Foto: Shutterstock)
Além de divertir e ampliar horizontes, a leitura estimula o desenvolvimento e o raciocínio. Se você quer incentivar seu filho a ter esse hábito, a dica é começar o mais cedo possível, quando ele ainda estiver na barriga. Já nesse momento, ele é capaz de captar as vibrações emitidas. “Estudos mostram que, mesmo antes de o feto nascer, ele já consegue identificar a emoção das palavras”, afirma a fonoaudióloga Sueli Yoko Nakano, do Hospital Sepaco (SP). Além disso, contatos sonoros dos pais com a criança, em tom harmonioso, como conversar, cantar e ler historinhas, ajudam a estabelecer um laço entre o bebê, a família e o ambiente externo.
Depois do nascimento, é importante dar prosseguimento à atividade, pois apesar de a criança ainda não compreender o significado das palavras, elas servem como estímulo para o desenvolvimento. “Na fase inicial, não importa o tipo de conteúdo”, explica Sueli. Segundo ela, pode-se recorrer à própria leitura do cotidiano, como jornais e revistas, desde que seja empregado um tom de voz cadenciado e melodioso.
Após o quarto mês de vida, a leitura pode ser associada a estímulos visuais, como figuras coloridas. Nessa fase, que dura até cerca de 2 anos de idade, quando a criança começa a falar, é recomendado dar aos pequenos livros de pano ou de plástico, que podem ir à boca sem problema. O ideal é que eles tenham diferentes texturas, cores e até cheiros, que são um ótimo estímulo às funções sensoriais.
Quando realizada em um ambiente tranquilo, a leitura induz o desenvolvimento de partes importante do cérebro do bebê e o acalma ao reconhecer o timbre e a cadência da voz. Em junho deste ano, uma pesquisa apresentada no encontro anual da Pediatric Academic Societies (PAS) mostrou que o estímulo precoce muda a maneira como o cérebro processa as histórias, aumentando as chances de formar um leitor ávido. O estudo contou com a participação de 19 crianças em idade pré-escolar, de 3 a 5 anos, sendo que 37% delas vieram de famílias de baixa renda.
Os resultados mostraram que, quanto mais consistente era a exposição à leitura em casa, mais áreas cerebrais que suportam o processo semântico (isto é, de atribuição de significado a frases e palavras) foram ativadas pela narrativa.
A pesquisa concluiu ainda que a ação tem forte influência no desenvolvimento das áreas cerebrais ligadas à elaboração de imagens mentais, que permitem à criança enxergar a história dentro de sua própria cabeça. Quanto maior essa capacidade, maior costuma ser o prazer ao ler. Ou seja, se você pretende fazer da leitura um hábito na sua família, comece agora mesmo!

Juliana Malacarne, na Revista Crescer

Nenhum comentário: