sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Cecília Meireles é homenageada em Doodle do Google

Cecília Meireles recebeu uma homenagem do Doodle nesta sexta-feira (7). A imagem comemora o 113º aniversário da escritora carioca. Cecília foi poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira, além de ter sido considerada uma das vozes líricas mais importantes da língua portuguesa. A imagem do Doodle mostra Cecilia escrevendo sob a luz do luar.


Autora de obras consagradas, como “Ou isto ou aquilo” e “Romanceiro da Inconfidência”, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, no bairro da Tijuca. Filha dos portugueses Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e Matilde Benevides Meireles, professora, a escritora carioca ficou órfã muito cedo. Seu pai faleceu três meses antes de seu nascimento, e sua mãe quando ela tinha só três anos de idade. Por isso, foi criada pela avó, Jacinta Garcia Benevides.
Casada duas vezes, em 1922 com o pintor português Fernando Correia Dias, que veio a se suicidar em 1935, e em 1940 com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinicius da Silveira Grilo, Cecília teve três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, além de cinco netos. Faleceu aos 63 anos, de câncer, em 9 de novembro de 1964.
Talento de infância
Seu talento para a escrita vem da infância. Aos nove anos, começou a escrever poesia. Completou o curso primário em 1910 recebendo uma medalha de ouro por “distinção e louvor”. Em 1917, com apenas 16 anos, formou-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro e passou a exercer o magistério no estado do Rio de Janeiro.


 Cecília é uma das maiores poetisas da história do Brasil (Foto: Reprodução/Ibamendes)
  

Aos 18, publicou o seu primeiro livro de sonetos, Espectros. E logo fez sucesso por ser uma escritora atemporal. Ou seja, tinha a influência do Modernismo da sua época, mas apresentava também técnicas do Simbolismo, Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Panasianismo, Realismo e Surrealismo. Depois, vieram, em 1923, “Nunca mais… e Poema dos Poemas” e “Baladas para El-Rei”, em 1925.
Entre aulas e poemas, Cecília ainda arrumou tempo para trabalhar como jornalista, de 1930 a 1931, no Diário de Notícias, com uma página diária sobre educação. Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, em Botafogo. De 1935 a 1938, virou professora universitária na antiga Universidade do Distrito Federal, hoje UFRJ. No mesmo período, colaborou ativamente no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.
Mas foi em 1939, quando lançou “Viagem”, que ganhou ainda mais reconhecimento. Recebeu o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras. Nos anos seguintes, fez diversas viagens pelo mundo, fazendo conferências sobre Literatura, Educação e Folclore. Na década de 40, lançou seis publicações. Já nos anos 1950, foram 15, incluindo o clássico “Romanceiro da Inconfidência”.
No entanto, seu legado é eterno na literatura brasileira. Prova disso é que não faltaram homenagens a ela. Em 1964 mesmo, ganhou o Prêmio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. No ano seguinte, recebeu o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Em 1989, uma cédula de cruzados novos com a sua efígie foi feita em sua homenagem.


 Nota com homenagem à poetisa foi lançada em 1989 (Foto: Reprodução/Instituto Cecília Meireles)



Legado internacional
Seu reconhecimento é internacional. Cecília é Sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, Sócia honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa), Doutora “honoris causa” pela Universidade de Delhi (Índia) e Oficial da Ordem do Mérito (Chile). Na cidade chilena de Valparaíso, tem até uma biblioteca com seu nome. Em Portugal, nos Açores e em Lisboa, há ruas com seu nome.


 Thiago Barros, no TechTudo





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