Autora
de obras consagradas, como “Ou isto ou aquilo” e “Romanceiro da
Inconfidência”, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de
novembro de 1901, no bairro da Tijuca. Filha dos portugueses Carlos
Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil, e Matilde
Benevides Meireles, professora, a escritora carioca ficou órfã muito
cedo. Seu pai faleceu três meses antes de seu nascimento, e sua mãe
quando ela tinha só três anos de idade. Por isso, foi criada pela avó,
Jacinta Garcia Benevides.
Casada
duas vezes, em 1922 com o pintor português Fernando Correia Dias, que
veio a se suicidar em 1935, e em 1940 com o professor e engenheiro
agrônomo Heitor Vinicius da Silveira Grilo, Cecília teve três filhas:
Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, além de cinco netos.
Faleceu aos 63 anos, de câncer, em 9 de novembro de 1964.
Talento de infância
Seu
talento para a escrita vem da infância. Aos nove anos, começou a
escrever poesia. Completou o curso primário em 1910 recebendo uma
medalha de ouro por “distinção e louvor”. Em 1917, com apenas 16 anos,
formou-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro e
passou a exercer o magistério no estado do Rio de Janeiro.
Cecília é uma das maiores poetisas da história do Brasil (Foto: Reprodução/Ibamendes)
Aos
18, publicou o seu primeiro livro de sonetos, Espectros. E logo fez
sucesso por ser uma escritora atemporal. Ou seja, tinha a influência do
Modernismo da sua época, mas apresentava também técnicas do Simbolismo,
Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Panasianismo, Realismo e
Surrealismo. Depois, vieram, em 1923, “Nunca mais… e Poema dos Poemas” e
“Baladas para El-Rei”, em 1925.
Entre
aulas e poemas, Cecília ainda arrumou tempo para trabalhar como
jornalista, de 1930 a 1931, no Diário de Notícias, com uma página diária
sobre educação. Em 1934, organizou a primeira biblioteca infantil do
Rio de Janeiro, em Botafogo. De 1935 a 1938, virou professora
universitária na antiga Universidade do Distrito Federal, hoje UFRJ. No
mesmo período, colaborou ativamente no jornal A Manhã e na revista
Observador Econômico.
Mas
foi em 1939, quando lançou “Viagem”, que ganhou ainda mais
reconhecimento. Recebeu o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia
Brasileira de Letras. Nos anos seguintes, fez diversas viagens pelo
mundo, fazendo conferências sobre Literatura, Educação e Folclore. Na
década de 40, lançou seis publicações. Já nos anos 1950, foram 15,
incluindo o clássico “Romanceiro da Inconfidência”.
No
entanto, seu legado é eterno na literatura brasileira. Prova disso é
que não faltaram homenagens a ela. Em 1964 mesmo, ganhou o Prêmio
Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro. No ano seguinte,
recebeu o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de
Letras. Em 1989, uma cédula de cruzados novos com a sua efígie foi
feita em sua homenagem.
Nota com homenagem à poetisa foi lançada em 1989 (Foto: Reprodução/Instituto Cecília Meireles)
Legado internacional
Seu
reconhecimento é internacional. Cecília é Sócia honorária do Real
Gabinete Português de Leitura, Sócia honorária do Instituto Vasco da
Gama (Goa), Doutora “honoris causa” pela Universidade de Delhi (Índia) e
Oficial da Ordem do Mérito (Chile). Na cidade chilena de Valparaíso,
tem até uma biblioteca com seu nome. Em Portugal, nos Açores e em
Lisboa, há ruas com seu nome.
Thiago Barros, no TechTudo
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